"por Meio De Cartas, Diários E Confissões, François De Taulane, O Protagonista Do Romance A Menina Que Não Fui, Narra Em Primeira Pessoa Os Diversos Impasses Que Enfrentou Em Sua Vida, Não Apenas Devido A Seus Desejos, Mas Também À Sua Própria Identidade.
homossexual E Órfão, Ele É Atormentado Desde A Infância Por Sua Atração Pelo Sexo Masculino E Por Um Possível Desconforto Em Seu Gênero. Nas Primeiras Páginas, O Leitor Se Depara Com Uma Pessoa Que Decide Contar Por Escrito Seus Conflitos Internos Numa Sociedade Ainda Hipócrita, Que Hesitava Entre Religião E Laicidade, E Que Via Na Homossexualidade Uma Patologia. François É Apelidado Pelos Colegas De “mulherzinha” E De “rainha Françoise” Pelos Colegas Que Por Ele Sentiam Tanto Desprezo Quanto Atração.
os Traços Notavelmente Intimistas E Escandalosos De A Menina Que Não Fui Se Distinguem Dos Chamados “romances De Costumes Colegiais” E, De Maneira Geral, Da Literatura De Sua Época. O Enredo Se Situa Em Grande Parte Na Instituição De Ensino Saint Louis De Gonzague. Os Diretores Religiosos, Em Sua Hipocrisia, São Retratados Não Apenas Como Incapazes De Sustentar A Própria Moral Que Pregavam, Mas Também Como Corruptos. Essa É Uma Das Causas Da Triste Sina Do Protagonista, Que Tentará Se Encaixar Na Normatividade Sexual E Abandonar Seus Instintos, Segundo Um Termo Da Época, “contra-natura”.
Em Seu Prefácio Intitulado “o Menino Que Era Rainha”, Em Alusão À Ascensão E Ao Declínio De De François, João Silvério Trevisan, Com Seu Olhar Perspicaz, Traz Elementos-chave Para Atualizar A Discussão Sobre A Menina Que Não Fui. O Livro, Em Capa Dura, Conta Com Ilustração De Capa Da Artista Felipa Queiroz. Ornada Com Gaufrage E Belas Pinturas Laterais, A Edição Conta Com Um Posfácio Do Tradutor E Um Caderno De Imagens.
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