Depois Do Bem Recebido Todo Naufrágio É Também Um Lugar De Chegada, Marco Severo Está De Volta Com Este Novo Livro De Contos. Nestas Vinte E Duas Histórias, O Leitor Torna-se Espectador In Loco, Capaz De Ouvir O Que Está Ao Redor, Sentir O Cheiro, Testemunhar Com Olhos Que, Por Vezes, Prefeririam Refutar O Que Se Apresenta Como Cenário, Uma Vez Que Sua Literatura Causa Efeitos Contraditórios: O Embevecimento Pode Estar Lado A Lado Com O Grotesco. O Que Tem A Aparência De Pares Antagônicos, No Entanto, Nada Mais É Do Que A Vida Real, Retratada Nesses Contos Com A Força E A Coragem Necessárias Para O Seu Enfrentamento. A Lente Com A Qual O Autor Enxerga O Mundo Não Recua Diante De Nada. É Assim Que Assistimos Na Fileira Da Frente Ao Encontro Inusitado De Dois Irmãos, Separados Pelas Contingências Do Destino, A Uma Mulher Conquistar Seu Sonho De Infância Quando Já Não Parecia Mais Possível E A Uma Outra Transformar Sua Existência Num Pesadelo Quando Tudo Vivia Em Aparente Calmaria. Em Todas As Histórias, Encontramos Seres Humanos Carregando Dentro De Si O Peso Do Mundo Transmutado Em Ausência E Solidão. Mas O Que Percorre Cada Narrativa De Severo Vai Para Além Das Perdas E Dos Isolamentos De Cada Um: É O Que Cada Personagem Faz A Partir De Suas Histórias, É O Que Está Para Além Do Que A Câmera Mostra, Do Que Os Sentidos Podem Perceber, Servindo-lhes De Construto E Alicerce. Terminada A Última História, Duas Coisas Se Tornam Claras: A Primeira É Que O Autor Tem Uma Verve Impetuosa, E A Segunda É Que Seu Estilo Está Ainda Mais Intenso, Para A Sorte De Que Ler Este Cada Forma De Ausência É O Retrato De Uma Solidão.