Centelhas Se Escuta, Centelhas Se Vê E, Profundamente, Pode Ser Sentido. Centelhas É Uma Romântica Polifonia. Dos Seus Versos, Ouço Bach E Bossa Nova, Ouço Coisas De Fauna E De Flora, Ouço A Voz De Um Eu Lírico Que Busca O Infinito, Ouço Uma Fotógrafa E Sua Fotografia. Adiante, Escuto Uma Criança Correndo Atrás Da Esperança E Uma Poeta Abrindo Sua Íris. Centelhas Não Inaugura A Poeta, Esta Já Existia, Mas Celebra A Artista Gisele Carvallo. Ela Escreve Como Quem Fotografa, Ela Fotografa Como Quem Escreve. Como A Própria Poeta Afirma, A Poesia É Um Chá De Sinestesia. Tomada A Licença Poética, Eu Diria Que A Poesia Dela É Um Convite A Esse Tão Ritualístico Chá. O Seu Olhar Avança Como Zoom Nas Coisas Triviais E Cheias De “inutilidades” Desejosas, Por Exemplo, Pela Poética De Manoel De Barros.
a Dicotomia Do Chiaroscuro Também Se Espalha Nos Seus Versos. Há Um Diálogo Incessante Entre A Materialidade E A Imaterialidade Das Coisas Eternas E Fugidias. Ilude-se Quem Julgar Seu Rebento Apenas Pela Aparência. Sua Escrita Habita Em Lugar Mais Profundo, Lugar Conflituoso, Lugar Pleno De Imagens E De Musicalidade Difusoras.
a Poesia De Gisele Carvallo É Um Manancial De Sentidos Que Registra Ora O Findar Do Belo, Ora O Captar De Um “ainda” Esperançoso Tempo. Se Há Em Poemas Um Tempo Saudoso, Há Também Um Tempo Que Anuncia O Porvir De Um Mundo Mais Brando Para Além Do Que Se Vê. Leitoras E Leitores, Vede E Escutai Centelhas!
alexsandro Souto Maior