O Poeta Ferreira Gullar Cultiva A Crônica Com A Naturalidade De Quem Abre Uma Janela, Estica O Pescoço E Se Debruça Para Conversar Com O Leitor, Entretê-lo, Assustá-lo Ou Ameaçá-lo. Susto E Ameaça Andam Juntos, Por Exemplo, Quando Diz Que Se Amedronta Diante Das Afirmações De Que A Crônica É Um Gênero Seríssimo. Pura Brincadeira, Logo Desmentida Pela Sua Prosa Leve, Espontânea, Sem-cerimônia, Uma Espécie De Bate-papo Descontraído Com Um Amigo, O Que Não Significa Fugir Da Raia, Se Esquivar A Temas Sérios Ou Seriamente Fúteis. Um Caso Sério. As Melhores Crônicas Ferreira Gullar Abrangem Um Período De Quase Cinquenta Anos De Atividade De Um Cronista Atento À Realidade Dos Humanos E À Sua Infindável Comédia.