Ao Reunir Os Contos Que Integram A Presente Coletânea, Ruth Guimarães Costurou Habilmente Dois De Seus Muitos Condões
de Polígrafa: A Escritora, Que Sempre Emprestou Os Ouvidos À Escuta Amorosa, E A Etnógrafa, Cuja Erudição, Ainda Na
juventude, Assombrou Mário De Andrade, E Segue A Nos Assombrar, Quando Deparamos, Por Exemplo, Suas Incursões
por Mundos Aparentemente Distintos, Mas Que Se Revelam Em Sua Unidade Original, Especialmente No Estudo Sobre A Presença Do Sobrenatural No Vale Do Paraíba, Os Filhos Do Medo, Obra Impossível De Ser Delimitada, Abarcando Várias Áreas Do Saber E
avançando Corajosamente Para Os Domínios Literários, Já Que, Para A Mestra Vale-paraibana, A Literatura Da Voz É Tão Importante Quanto A Outra, A Formal, Por Vezes Rígida, Que Dela Deriva, Embora, Por Vezes, Negue Qualquer Filiação.