Não Temos Tempo Para A Poesia. Talvez A Tristeza Oculta Pelos Sorrisos Falsos Nas Redes Sociais Venha Dessa Falta. Não É Sem Aflição Que Se Constata O Roubo Do Tempo Pelo Sistema De Produção E Consumo Da Vida Contemporânea. O Sistema Que Sequestra Corpos E Mentes, Que Não Poupa A Atenção E A Humana Capacidade De Contemplar.
não Há Tempo Para A Poesia, Que Se Contrapõe A Esse Estado De Coisas, Pois A Produção Da Linguagem Está Nas Mãos Das Grandes Corporações Midiáticas E Das Empresas Que Virtualizaram A Vida E Que Fingem Entreter Pessoas De Todas As Idades Quando, Na Verdade, Escravizam Cada Corpo. A Indignidade E A Violência Como Formas De Ser Avançam E Se Generalizam.
a Dominação Como Estrutura Da Violência Que Sustenta O Poder É Estética E Política, Mas Também Ética. Em Termos Simples, Isso Quer Dizer Que A Subjetividade De Uma Pessoa Qualquer Já Não Pertence A Ela Mesma. Diante Do Fato De Alguém Não Pertencer A Si Mesmo, Torna-se Obrigatório Perguntar A Quem Pertencerá Quem Não Pertence A Si Mesmo?
cada Palavra De Alberto Pucheu, Nesse É Chegado O Tempo De Voltar À Superfície, Nos Coloca Na Parede Capturados Pelas Mãos Da Sinceridade Que Salta De Dentro De Sua Escrita. Ela Vem Nos Perguntar Onde Estamos. Onde Se Lê “minha Obsessão Está Em O Que Fazer”, Cresce Uma Pergunta Que Concerne Aos Leitores E Leitoras, A Pergunta Sobre O Que Fazer Com Esse Livro E O Problema Existencial Que Ele Coloca. Esse Problema, Relacionado Ao Sentido De Existir Nesse Mundo, E De Existir Um Mundo Como O Que Vemos Hoje, Poderá Ofender Os Atualmente Felizes, Os Práticos, Os Que Se Contentam Com A Vida Espiritual Miserável Que Levam Por Não Imaginar Que Existir Poderia Ser Diferente, Mais Intenso, Melhor, Mais Alegre, Os Que Aderiram À Ideologia, Inclusive Ao Fascismo.
ao Ler Alberto Pucheu, Podemos Nos Perguntar Se A Poesia Seria Prova De Alguma Coisa. Talvez Nessa Pergunta More A Chance De Nos Reconciliarmos Com A Poesia E Com A Vida Da Qual Ela É A Chave. Seria Bonito Dizer Que Não Precisamos Ter Pressa Para Responder, Mas Talvez Essa Demora Não Seja Uma Possibilidade.
a Poesia É Um Outro Mundo Possível Que Abre Caminhos Para Outros Mundos Possíveis. E Nesse Caso, Se Trata Também Da Poesia Como Imagem Da Vida, Da Poesia Como Metáfora De Utopias.
alberto Pucheu Um Dia Escreveu “é Preciso Aprender A Ficar Submerso” E Nos Ajudou A Ficar Submersos, Agora, Ele Nos Puxa Para A Superfície Nos Oferecendo O Tempo Para Respirar. Dentro Do Livro, O Ar Necessário Diante De Um Mundo Sufocante A Ser Atravessado E Superado. (orelha De Marcia Tiburi)