Nas Últimas Décadas Aumentou Em Número E Qualidade Uma Diversificada Produção Historiográfica Sobre A Primeira República No Brasil. Uma Das Características Marcantes Desses Trabalhos É O Tom De Polêmica Assumido, A Começar Pelo Questionamento Da Designação Do Período: República Velha. Nesse Adjetivo, Demarcava-se De Forma Teleológica Um Sem-número De Características Da Primeira Experiência Republicana, Especialmente De Sua Vida Político-institucional, Toda Comprometida Pelo Fracasso Dos Procedimentos Liberal-democráticos E, Em Decorrência, Dos Valores Que Eles Deviam Assegurar. Um “nome” Que Começou A Ser Sustentado, Ainda Durante Essa Experiência, Por Críticos Que Ganharam Força No Pós-30 Com A Ascensão De Projetos Autoritários Que Desprezavam Tais Práticas, Atacando As Dinâmicas De Representação E Participação Políticas.
Este Livro É, Portanto, Uma Sólida Contribuição A Esse Debate Historiográfico. Para Confrontar “certezas”, Vale-se De Rigorosa Análise De Fontes E Estimulantes Escolhas Conceituais. Seu Autor Faz Uma Reflexão Sobre A Construção Da Cidadania No Brasil, Na Medida Em Que Assume A Perspectiva Dos Atores Que Faziam Política Naquele Momento E Lugar: A Capital Federal Nos Anos Inaugurais Da República. Somos Levados A Compreender Os Sentidos Que Esses Atores – Prefeito, Conselho Municipal E Habitantes Da Cidade – Davam Às Suas Ações Políticas. Elas Eram Múltiplas E Envolviam Demandas, Negociações E Enfrentamentos, Por Meio Dos Quais Se Evidenciam O Estabelecimento De Relações Entre Representantes E Representados E, Em Especial, Uma Luta Por Participação Política Feita Por Homens E Mulheres Comuns, Que Entediam O Valor Desse Canal De Vocalização De Interesses. Algo Que Não Cessamos De Aprender E Ensinar. (texto Da Orelha Por Angela De Castro Gomes – Historiadora – Uff E Unirio)