O Clima Do Novo Livro De Poesia De Rogerio Skylab É De Despedida E Celebração. Nota-se, Ao Longo Dos Mais De 70 Poemas, Trocas Abruptas De Tom: Do Cômico, Por Mais Que O Músico E Poeta Carioca Afirme Não Ser Dado Ao Humor, À Constatação Mais Seca De Que A Vida Acabou Para Ele – Em “the Dead”, Por Exemplo, No Qual Se Lê: “lutei, Desisti, Abandonei, Duvidei, Esqueci, Me Encontrei:/ Não Sou Ninguém/ E Não Tenho Escolha”.
esse Tipo De Constatação Algo Fatalista Divide Espaço Com Versos Como O De “uma Bofinho”, Que Trata De Um Assunto Com Os Qual Os Seguidores Do Autor Estão Acostumados: “eu Quero Uma Bofinho/ Cuja Dubiedade Provoque Pânico/ E Vista De Longe Pareça Homem.// Uma Bofinho Que Me Traia/ E Me Roube De Vez Em Quando.// Pra Quem Lave, Passe E Cozinhe./ E, Além Disso, Me Coma”.
parece Haver, Mais Do Que Em Qualquer Outro Trabalho De Skylab, A Presença Recorrente De Pares De Opostos. É Difícil Não Pensar No Conceito De Camp, Elaborado Pela Norte-americana Susan Sontag (1933-2004), Que Trata Da Dubiedade Como Uma Forma Estética De Encarar O Mundo. No Novo Livro De Skylab, Nota-se Com Clareza Essas Reviravoltas No Conteúdo E Há, Também, Uma Maior Flexibilidade Na Forma. É O Contrário Do Que Foi Praticado Em Debaixo Das Rodas De Um Automóvel, Também Lançado Pela Kotter, No Qual Havia Predominância Do Antissoneto – O Que, Por Si Só, Já É Uma Forma De Subversão.