Me Esqueçam: Figueiredo É O Relato Biográfico De Uma Presidência Que Ressignificou A Vida De Um Oficial Do Exército Cuja Maior Aspiração Era Ascender Na Carreira Militar, Mas Que O Destino Alçou Ao Cargo Político Mais Cobiçado Do País. Da Antagônica Combinação Entre Desejo E Realidade, Emana O Caráter Sui Generis De João Baptista Figueiredo, Último Presidente A Comandar O Brasil Durante O Regime Militar. Apaixonado Por Equitação, Certa Vez Confessou Preferir Os Cavalos Ao Próprio Povo Que Jurara Servir, O Que Diz Muito Sobre A Sua Controversa Personalidade. Em Meio A Declarações Erráticas E Frequentes Oscilações De Humor, Agravadas Em Decorrência De Problemas Cardíacos, Figueiredo Levou Adiante O Processo De Abertura Política E, Entre Bombas E Atentados, Cumpriu O Que Prometera Em Sua Cerimônia De Posse: Hei De Fazer Desse País Novamente Uma Democracia. Fez. Tendo Anistiado Adversários Políticos, Foi Incapaz De Anistiar A Si Próprio E Bateu A Porta Pedindo Publicamente Que O Esquecessem. O Esquecimento Pretendido Por Figueiredo, Entretanto, Privaria O País Da Memória De Um Dos Períodos Mais Controvertidos Da Vida Política Nacional - O Capítulo Final Da Ditadura Militar. Se Biografias Costumam Retratar De Forma Cronológica A Vida Do Personagem Biografado, Me Esqueçam: Figueiredo Trilha Caminho Distinto: Dedicando-se Ao Período Compreendido Entre 1979 E 1985, Busca Detalhar A Complexa Persona Do Protagonista Do Ocaso Do Regime Militar. Para Isso, O Autor, Bernardo Pasqualette, Se Debruçou Sobre Diversas Fontes De Pesquisa, Inclusive Documentos Da Época E Registros De Processos Judiciais. Realizou Também Dezenas De Entrevistas Com Pessoas Que Conviveram De Perto Com O Ex-presidente, Como José Sarney, Delfim Netto, Fernando Henrique Cardoso, Ernane Galvêas, Carlos Langoni, Alfredo Karam E Elio Gaspari, Entre Outros.