Memórias Do Cárcere - Editora Record
Em 3 De Março De 1936, Um Destacamento Da Polícia De Maceió Prende Em Casa Graciliano Ramos. O Funcionário Da Instrução Pública De Alagoas, Alertado De Véspera, Já Esperava De Mala Pronta E Com A Família De Sobreaviso. O Ato Era Parte Da Repressão Do Governo Vargas, Desencadeada A Partir De 35, Com A Desculpa De Eliminar A Ameaça Comunista, Mas No Fundo Abrindo Caminho Para A Instauração Da Ditadura Do Estado Novo. Graciliano Passaria Por Presídios De Maceió, Recife E Rio De Janeiro, Sem Acusação Formada, Sem Processo E, Obviamente, Sem Sentença. Somente Seria Solto Em Janeiro De 37, Devido À Pressão Da Intelectualidade Brasileira. Memórias Do Cárcere É O Relato Desse Período, Escrito Por Graciliano Dez Anos Depois E Publicado Postumamente. Constitui Um Testemunho Fundamental Da Arbitrariedade, Da Violência E Do Atraso Político Incorporado À Nossa Cultura E História, Cuja Prosa Precisa E Pontual De Graciliano Torna Um Texto Maior Da Literatura Brasileira. Adaptado Para O Cinema (1983) Por Nelson Pereira Dos Santos, O Livro É A Expressão Mais Íntegra Daquilo A Que Se Refere Murilo Mendes, Nos Versos Que Dedicou Ao Autor (murilograma A Graciliano Ramos): Brabo. Olhofaca. Difícil. Cacto Já Se Humanizando/.../ Funda O Estilo À Sua Imagem:/ Na Tábua Seca Do Livro./ Nenhuma Voluta Inútil./ Rejeita Qualquer Lirismo,/ Tachando A Flor De Feroz. / ... / Em Dimensão De Grandeza/ Onde O Conforto É Vacante./ Seu Passo Trágico Escreve/ A Épica Real Do Br/ Que Desintegrado Explode.