O Que Uma Das Revistas Mais Marcantes E Polêmicas Do Século Xx Tem A Nos Revelar Para Além Da Nudez De Mulheres Famosas? Com Seu Pensamento Insurgente, Preciado Analisa A Revista Playboy E Faz Uma Radiografia Da Masculinidade Moderna E Da Espetacularização Da Intimidade. Em Pornotopia, Preciado Discute Como A Revista Playboy, Ao Trazer Colunas Sobre Moda, Arquitetura E Música No Pós-guerra, Contribuiu Para A Produção De Uma Masculinidade Moderna, Heterossexual E Branca Que Desejava Se Ver Livre Das Amarras Do Casamento, Não Queria Ser Herói E Buscava Se Apropriar Do Ambiente Doméstico A Partir Do Consumo E Do Prazer. Lançada Em 1953, A Revista Tornou-se Rapidamente O Periódico De Maior Circulação Nos Eua. Preciado Revela Como Ela Propagou Um Novo Modo De Vida Para Os Homens Representado Pela Alcunha De Playboy . Num Momento Em Que O Feminismo Ganhava Mais Força, A Playboy Fez Um Strip-tease Da Vida De Adolescentes Brancos De Classe Média De Todas As Idades, Escancarando As Janelas Para Dimensões Da Sexualidade Que Se Mantinham Privadas. Pornotopia É, Então, O Regime De Uma Performance Em Que A Relação Entre Arquitetura, Gênero E Sexualidade É Peça-chave Para Entender Um Mundo Em Que A Intimidade Se Torna Um Produto Rentável Nas Redes Sociais E Reality Shows, Nos Quais Homens Adolescentes De Todas As Idades Buscam Manter A Soberania Masculina A Partir De Novas Ficções Multimídias De Si Mesmos.