Dizem Que Escrever Sobre Música É Como Dançar Sobre Arquitetura. (ninguém Sabe Ao Certo Quem É O Autor Do Aforismo, Se Martin Mull, Elvis Costello, Frank Zappa Ou Steve Martin. Para Todos Os Efeitos, Asseguro Que Foi A Clarice Lispector. Ou O Caio Fernando Abreu, Não Lembro Ao Certo. Mas Divago.) Toda Vez Que Escrevemos Sobre Arte, Parece Que Tal Dilema Se Impõe. Nossas Reflexões, Ponderações E Argumentos Mostram Suas Limitações No Momento Mesmo Em Que São Comparados Ao Que É Belo. Não Seria Mais Fácil Apenas Apontar E, Com Generosidade, Soltar Um ‘vai Lá Ver, Que A Coisa É Boa’?
e Não Mencionei A Dança Sem Motivos. Julia Antuerpem, Além De Escritora (e Roteirista) De Primeira, Também É Bailarina De Primeira. Tais Artes São Primas Menos Distantes Do Que Parecem Ao Observador Distraído E Suas Tensões Particulares Estão Mais Do Que Presentes Nos Contos Aqui Reunidos. Há Leveza E Tensão, Movimento E Equilíbrio, Timidez E Atrevimento, Ritmo E Silêncio, Dor E Alívio. Fica Evidente Que A Ficção Se Mistura À Personalidade Da Autora, Num Grand Jeté De Palavras, Sentimentos E Um Bocado De Criatividade.
aqueles Que Se Aventurarem Por To Selfie Or Not To Selfie Encontrarão Alguns Textos Mais Contidos E Singelos, E Também Outros Repletos De Experimentação, Metalinguísticos E Até Críticos Dos Nossos Tempos. É Uma Coreografia E Tanto, Que Não Suscitará Arrependimentos. Mas De Que Vale Eu Dizer Tudo Isso? Vem Cá Ver, Que A Coisa É Boa.