Três Russos E Como Me Tornei Um Escritor Reúne Ensaios De Caráter Memorialístico Nos Quais O Escritor Máximo Górki Relata Sua Convivência Como Amigo De Três Importantes Escritores: Liév Tolstói, Anton Tchékhov E Leonid Andrêiev. Desse Convívio, Revelam-se As Concepções Artísticas E De Vida Que Nortearam As Obras Desses Escritores E Do Próprio Górki. Lidos Em Conjunto, Esses Três Ensaios Compõem Uma Espécie De Síntese Das Ambivalências, Obsessões, Crenças E Hesitações Que Aparecem Em Como Me Tornei Um Escritor. Oscilando Entre Realismo (entendido Como Compromisso Com A Situação Social) E Romantismo (definido Como Prédica De Uma Atitude Ativa Perante A Realidade, Como Prédica Do Labor E De Uma Educação Que Desperte A Vontade De Viver, Como Entusiasmo De Construir Suas Novas Formas E Como Ódio Ao Velho Mundo), Górki Oscila Entre O Apelo Programático Da Arte Engajada E A Fina Sensibilidade Literária De Quem Conhece Por Dentro O Ofício De Tecer Enredos E Compor Personagens. Seu Ateísmo E Seu Medo Diante Da Vulgaridade E A Crueldade Da Vida, Entretanto, O Impediram De Substituir Um Deus No Qual Não Se Acreditava Pelos Ídolos De Uma Revolução À Qual Não Deixou De Ser Fiel Até O Fim Da Vida. Suas Verdadeiras Divindades Eram Nomes Como Stendhal, Flaubert, Dostoiévski E, Obviamente, Os Três Russos Aquém Dedicou Essas Páginas Admiráveis. - Manuel Da Costa Pinto