Quem Nunca Sentiu, Pelo Menos Uma Vez, Aquela Estranha Sensação De Ser Personagem Da Própria Vida? Quem Nunca Se Perguntou Qual É O Seu Papel Nesse Teatro? Talvez O Protagonista De “verde Amarelo Vermelho” Não Seja De Fato Um Personagem. Talvez Ele Seja O Leitor De
nossa História (o Leitor, Aliás, Sempre Me Pareceu Um Tipo Estranho De Personagem). Talvez Sejamos Nós Os Atores. Ele Nos Mostra O Quanto Somos Fictícios. O Que Não Significa Que Vivamos De Mentira, Mas Que Atuamos Sempre Nesse Espetáculo Que É A Realidade. Somos O Maurício Interpretando Nossa Novela Cotidiana. Mas, Simples Como Ele, Nem Percebemos Que, No Nosso Drama, Somos Sempre – E Por Direito – O Personagem Principal. O Livro, Assim, Nos Mostra O Quanto O Ordinário Pode Morar No Comum. Maurício É Ordinário Também No Sentido Popular Da Palavra, Um Cafajeste, Mas Apenas Porque Deseja Muito – E Ao Mesmo Tempo – Marias E Clarices E Claras E Patrícias E Vanessas. Sim, Ele É Um Personagem Que Deseja, E Por Isso Sua Vida Desinteressante É Tão Interessante. Seu Desejo Vem Sempre Assim, Desavisado, Como Um Pensamento, Como “preciso Tomar Um Sorvete De Pistache Um Dia Desses”, E A Vontade Passa, Mas O Desejo Não. E Ele Está Sempre Ali, Pronto Para Entrar Em Campo. Dois Universos Permeiam A Narrativa De Luisandro Mendes De Sousa, O Do Futebol E O Do Táxi. O Livro Faz Lembrar Que Nossa Vida É Sempre Um Jogo. Como Maurício, Nos Esforçamos Para Sermos O Juiz, Mas Nunca Passamos De Jogadores. Resta Saber Se Nossas Faltas Nos Ajudarão A Vencer As Adversidades Ou Se Nos Trarão Cartões Amarelos Ou Vermelhos. Somos Também Motoristas, Tentando Dirigir Nossa Própria Vida, Mas Às Vezes, Desgovernados, Esquecemos De Olhar Para O Sinal. Para Entender Melhor Tudo Isso, O Leitor Deve Começar Logo A Ler As Páginas Deste Livro. Atenção Para O Semáforo Se Abrindo, Vermelho, Amarelo… Verde… Aceleremos!
caio Ricardo Bona Moreira
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maurício É Um Jovem Adulto Que Quer Ser Árbitro De Futebol, Mas Para Alcançar O Seu Sonho Precisa Enfrentar Alguns Obstáculos. Talvez Os Maiores Sejam Seus Defeitos, Seus Vícios, Seus Desejos. Num País Que Está Mudando, Ele Se Vê Preso A Uma Escolha Juvenil E Impensada.
sente Que Precisa Se Libertar Dela Para Também Avançar. Porto Alegre, Como O Brasil, É Um Canteiro De Obras Para A Copa De 2014. Há Um Clima Geral De Otimismo E Prosperidade. O Futebol, Para Ele, Será Então O Caminho Para Manter Suas Raízes E Criar Para Si Um Futuro.
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